Aproximadamente 20 mil pessoas estão sem atendimento médico, sem escola, sem banco, com a produção agrícola parada e sem abastecimento de mantimentos. O isolamento acontece na região de Água Doce, área rural do município de Marapanim, a 170 quilômetros de Belém. As quatro pontes de madeira localizadas na PA-220 que ligam mais de 30 comunidades rurais à sede do município foram interditadas pela Defesa Civil em meados de setembro do ano passado. Apenas em dezembro, a Secretaria de Estado de Transportes (Setran) as vistoriou. De acordo com a Prefeitura Municipal de Marapanim, a Setran afirmou que enviaria material para fazer o reparo. Dois meses depois da inspeção, a situação piorou.
As pontes permaneceram em uso mesmo após o alerta da Defesa Civil. Desde a noite de domingo, as comunidades entraram em um acordo e resolveram, por segurança, proibir a passagem de veículo pelas pontes. Assim, elas não conseguem sair ou entrar na região. A comunidade mais próxima da sede do município é a Vila Maú, distante 35 quilômetros.
Sílvio Chagas, representante da comunidade de Vila Maú, garante que a situação já era esperada. “No domingo à noite, enquanto um ônibus passava, uma parte da ponte caiu. Por isso decidimos interromper o fluxo de veículos. As pontes resistiram o que podiam”, relata.
De acordo com o vice-prefeito de Marapanim, Manoel Coelho, a situação prejudica a economia da cidade. “Na região rural, produzimos farinha e hortifruti e essa produção precisa ser escoada, mas assim não podemos nem abastecer as vilas com mantimentos. Temos vilas que ficam a 70 quilômetros do centro”, afirma.
O representante da comunidade Cristolândia, Emerson do Vale, conta que algumas pontes não recebem manutenção há anos. “Tem ponte que não é reparada há oito anos, elas são de madeira e precisam de manutenção. A que dá acesso à minha comunidade é a maior, com 60 metros e está caindo aos pedaços”, conta.
De acordo com nota da Secretaria Estadual de Transportes, um processo licitatório para execução das obras de reparo foi iniciado assim que a visita foi realizada. A Setran ainda informou que pretende substituir as pontes de madeira por estruturas definitivas de concreto. Sobre um prazo para o início das obras, a secretaria não precisou quando as comunidades de Água Doce voltarão a utilizar as pontes. (Diário do Pará)
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30 comunidades estariam prejudicadas com a situação.
Fonte: Diário do Pará