Acampamento Pela Vida: segundo dia de evento tem debates, eventos culturais e troca de conhecimentos
Em Brasília, um mar de barracas toma conta da Praça do Povo, ocupadas pelos mais de 5 mil indígenas de todas as regiões do Brasil que acampam para reivindicar seus direitos e pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite a tese do Marco Temporal que será votado na próxima quarta-feira (25).
Denominada ‘Luta Pela Vida’, a mobilização busca chamar atenção para iniciativas que tentam restringir os direitos indígenas. Uma das mais importantes é o Marco Temporal, que será votado pelo STF e, se aprovado, dificultará a demarcação de terras reconhecendo apenas aquelas que estivessem ocupadas por povos indígenas em 5 de outubro de 1988 ou que consiga comprovar o conflito por posse.
A votação acontecerá na quarta-feira (25) e ainda que toda a semana tenham intensas manifestação, todos aguardam ansiosos a data. A maioria das delegações chegaram no domingo, mas as atividades programadas para a semana começaram de fato nesta segunda-feira (23) com apresentações culturais. No centro dos acampamentos uma estrutura foi montada para centralizar os debates principais. No público cocares de todas as cores, além dos visitantes e mesmo curiosos que passam pelo local buscando mais informações e observando a diversidade de artesanatos expostos entre as barracas.

Na parte da tarde, a plenária ‘Os Cinco Poderes’ pretendia fazer uma análise de conjuntura sobre os poderes legislativo, executivo judiciário e os poderes popular e espiritual e no começo da noite um ritual foi realizado para reforçar a aliança dos Povos.
“Essa plenária que fala dos cinco poderes é muito importante dentro do acampamento Luta pela Vida e ela tem um significado muito grande porque ela passa pela discussão do legislativo, do judiciário e do executivo, mas ela lembra do quarto poder que são as massas, que é o povo. Que é a nação brasileira como um todo, não só os povos indígenas. E aí a gente fala no quinto poder como sendo o espiritual. As divindades regem as nossas vidas, rege as comunidades, dá força nos momentos de dificuldade nas invasões dos garimpeiros, dos madeireiros, contra os mineradores, contra as PECs e PLs e portarias, contra todas as mazelas do homem e também espiritual, também contra a pandemia e contra doenças” falou Marcos Sabaru, assessor político da Apib.
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Hoje o dia terá uma plenária para discutir políticas públicas para os povos indígenas e na parte da tarde uma plenária sobre o sistema político brasileiro, candidaturas indígenas e parlamento e eleições em 2022.
Como apoiar?
Quem está fora de Brasília pode apoiar o acampamento doando para alguma das organizações participante do evento. Essa semana, o site Amazônia irá reverter todas as doações para os indígenas Kayapós. Para os que vivem na região, o acampamento aceita doações fisicamente, principalmente de água, já que o clima do Distrito Federal está em estado de atenção.
Fonte: Amazônia.org.br