PF retira invasores de terra indígena em São Félix do Xingu
A operação que não possui apoio das Forças Armadas já dura quatro semanas
A retirada de invasores da terra indígena Trincheira/Bacajá, dos Kayapós, na região de São Félix do Xingu (PA), já dura cerca de quatro semanas. A Polícia Federal e a Força Nacional não receberam o apoio das Forças Armadas, o que fez com que a operação fosse marcada por tumulto e bloqueio de estradas, e pela retirada, sem apreensão, de cabeças de gado usadas por grileiros para dominar a região.
A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo e aponta que o Ministério da Defesa deixou de atender um pedido da PF para que as Forças Armadas auxiliassem na ação de retirada de invasores e gado da terra indígena, que é uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), com relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, que determinou a retirada de invasores em sete territórios: Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Arariboia, Munduruku, Kayapó e Trincheira/Bacajá.
A reportagem aponta que a PF e a Força Nacional retiraram cerca de 200 famílias de posseiros da terra Trincheira/Bacajá, com bloqueios de acessos, e de cerca de 600 cabeças de gado. Mas policiais temem que os invasores retornem ao território tradicional, como já ocorreu.
Em novembro de 2021, uma ação de desintrusão foi feita na mesma terra indígena. Os acessos também foram fechados e houve pedido para que as pessoas deixassem as áreas invadidas. Duas pontes foram destruídas. Na nova operação no território, policiais constataram que as pontes foram reconstruídas e que as pessoas voltaram aos locais invadidos. Com a nova retirada, as pontes foram destruídas outra vez.
Fonte: Amazônia.org.br