Em outubro, a Amazônia teve aumento de 22% no desmatamento, enquanto o Cerrado registrou queda de 57%
Além dos dados mensais, o governo também divulgou os dados do Prodes que consolidam a taxa oficial para os dois biomas
O Instituto de Pesquisa Espacial (INPE) divulgou os dados de desmatamento de outubro de 2024 para a Amazônia e Cerrado. Em outubro a área desmatada da Amazônia Legal Brasileira (ALB) foi de 532.71 quilômetros quadrados (Km2) representando um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dados do INPE
O Pará sozinho foi responsável por 48.6 % de todo o desmatamento, tendo perdido uma área de 259 km2, um aumento de 22,4% em relação ao mesmo período de 2023. O Amazonas, segundo estado no ranking dos que mais desmataram, contribuiu com 14.6%, no entanto os 77,8 km2 do mês de outubro representaram um aumento de 81,6% em comparação com o ano anterior. Em terceiro lugar, o Mato Grosso, desmatou 70,0 km2, um leve aumento de 3,31% em relação a 2023. No Acre, a área desmatada (53,8km2) teve um aumento de 56%, representando 10% da área total desmatada. Rondônia também teve aumento na sua taxa, de 10%, foram 35,6 km2 desmatados em outubro de 2024.
O governo divulgou na quarta-feira (06) no Palácio do Planalto os dados anuais consolidados para a Amazônia e o Cerrado. Na Amazônia foram 6.288 km² para o período de agosto de 2023 a julho de 2024, uma redução de 30,63% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O evento contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, além do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Os dados diários de alertas são do Programa de Detecção do Desmatamento em Tempo Real – DETER, e são considerados um indicador de desmatamento apoiando as ações governamentais no combate ao desmatamento na Amazônia e Cerrado. A taxa oficial é medida de forma anual e processada pelo Programa Prodes, que usa imagens mais precisas de 10 a 30 metros e consolida os alertas, gerando valores mais precisos. A taxa anual, costuma ser divulgada durante ou antes da Conferência do Clima das Organizações das Nações Unidas.
No Cerrado a taxa anual de desmatamento foi de 8.174 km² de agosto de 2023 a julho de 2024, uma redução de 25,8% em relação aos anos anteriores. Os números não apresentavam uma queda há 4 anos.A redução aconteceu principalmente nos estados da Bahia (-63,3%), do Maranhão (-15,1%), Piauí (-10,1%) e Tocantins (-9,6%), região denominada como Matopiba. Um pacto entre os governadores destes estados e o Governo Federal também foi celebrado na quinta-feira para reforçar as ações de combate ao desmatamento e incêndios florestais.
No mês de outubro, o Cerrado seguiu a tendência de queda dos últimos seis meses, foram 292,.55 km² desmatados, uma redução de 57%, em relação ao ano anterior. A região da Matopiba foi responsável por aproximadamente 75% do desmatamento no bioma. No Piauí, a área desmatada foi de 82,.98km2, um aumento de 20% em relação ao mês de outubro de 2023. Os outros estados da região, por outro lado, apresentaram reduções: no Maranhão (92,87km2) a queda foi de 28%, no Tocantins (30,15km2) de 84% e na Bahia (15,27km2) de 79%.
Dados do INPE
Por: Aldrey Riechel e Cintia Cavalcanti
Gráficos: Ariane Janssen