Em novembro, desmatamento no Cerrado cai 52% e 10% na Amazônia
No mês de novembro a área desmatada na Amazônia Legal Brasileira (ALB) foi de 180,49 quilômetros quadrados (Km²), uma redução de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado. Nos últimos meses do ano o desmatamento tende a ser menor, por causa do período chuvoso que dura até o começo do próximo ano.
Dados do Instituto de Pesquisa Espacial (INPE)
O estado do Pará, foi responsável por 70% de todo o desmatamento no mês, tendo perdido uma área de 126 km², um aumento de 30% em relação a novembro de 2023. O Mato Grosso, segundo estado no ranking dos que mais desmataram contribuiu com 13,7%, no entanto os 24,7 km² foram 17% menor do o ano anterior. Amazonas e Rondônia, ficaram em terceiro (3,4%) e quarto lugar (1,13%) respectivamente. Os dois estados também reduziram suas taxas em relação ao ano anterior, no Amazonas, os 6,13 km² foram 56% a menos do que em 2023, e em Rondônia, os 2,04 km² representaram uma redução de 87%.
A legislação florestal permite que 20% das áreas, em propriedades rurais na Amazônia ainda possam ser abertas para a produção agropecuária. São os chamados “desmatamento legais”, no entanto o governo do Mato Grosso tem encabeçado uma campanha contra qualquer regra de proteção ambiental no Estado. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, em 11 de dezembro, uma emenda à Constituição que limita a criação de novas áreas protegidas. A proposta determina que novas áreas só poderão ser criadas após a regularização fundiária de 80% das áreas de conservação existentes e com garantia de orçamento para indenizar propriedades sobrepostas. A emenda foi aprovada com 19 votos favoráveis, 4 abstenções e 1 voto contrário.
O governador do estado, Mauro Mendes, sancionou ainda uma lei que restringe a concessão de benefícios fiscais a empresas que aderirem à moratória da soja, um acordo firmado em 2006 que impede a compra do produto produzido em áreas desmatadas no bioma Amazônia. Mais de 60 organizações ambientais assinaram um manifesto em defesa do acordo, afirmando que seu fim representaria um retrocesso ambiental, permitindo a destruição de florestas e a expansão descontrolada de monoculturas.
No Cerrado o desmatamento caiu 52% em novembro de 2024 em comparação com o ano passado. Foram 269,36 km² desmatados no bioma. Com exceção do Piauí, que apresentou um aumento e 5%, no comparativo de um ano para o outro, todos os outros estados tiveram redução do desmatamento. O estado, junto com Maranhão, Tocantins e Bahia concentra mais de 70% do desmatamento no bioma e é considerada uma região, denominada Matopiba.
Dados do Instituto de Pesquisa Espacial (INPE)
Na Bahia, o desmatamento foi de 27 km², uma redução de 30%, no Maranhão, foram 63,47 km², uma queda de 44% e no Tocantins, 67,16 km², 41% a menos do que em novembro de 2023. Goiás e Minas Gerais, apesar de concentrarem 2,01 km² e 18,79% foram os estados que mais apresentaram queda: 95% e 78%, respectivamente.
Por: Aldrey Riechel e Cintia Cavalcanti
Gráficos: Ariane Janssen