Pela primeira vez no ano, taxa mensal de desmatamento aumenta na Amazônia Legal
Em julho a área desmatada na Amazônia Legal Brasileira (ALB) registrou alta de 33% em relação ao mesmo período do ano passado, ao todo a região perdeu 666 km 2 de florestas, segundo dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real – DETER, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Também houve aumento de 44% na área desmatada em relação ao mês de junho de 2024.
O Pará segue na liderança do ranking dos estados com maior área desflorestada no período, ao todo foram desmatados 282,39 km2, o que representa 42,4% da área desmatada na região. Atrás dele, o Amazonas, com 168,50 km2, respondendo por 25,3% do total desmatado. O Acre foi o terceiro, com uma área de 74,84 km2, que equivale a 11,2% da área derrubada no mês. Já o Mato Grosso perdeu uma área de 66,89 km2, a área desmatada neste estado corresponde a 10% do total desmatado. Em quinto lugar, Rondônia teve 45,44 km2 devastados, uma contribuição de 6,8% da área desmatada na Amazônia Legal no período. Com exceção do Mato Grosso, que registrou uma queda na taxa mensal de julho, todos os demais estados tiveram alta no desmatamento, com destaque para o Acre, onde a área desmatada triplicou, Amazonas, que teve um incremento de 82% e Pará, com 19% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar da alta de 33% para o mês, o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA) divulgou em sua página, que o número representa uma queda de 55% em relação a julho de 2022, quando o desmatamento foi de 1.487km. O órgão ambiental tem implementado as ações do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que prevê repasses financeiros para os 70 municípios prioritários – aqueles que mais desmatam – quando reduzirem seus índices. Destes, 48 aderiram ao Programa União com Municípios.
No acumulado dos meses de 2024 (janeiro a julho) a área desmatada na Amazônia Legal Brasileira (ALB) foi de 2.330,14 km2, a segunda menor área acumulada para o período desde o início da série histórica, atrás apenas de 2017 quando a área registrada no mesmo período foi de 1.790 km2. Em relação ao ano passado, a área registrada representa uma redução de 26%.
Desmatamento segue em queda no Cerrado desde abril
No Cerrado houve queda de 27% na taxa de julho em relação a 2023, ao todo o bioma registrou a perda de 444 km2, conforme dados divulgados pelo INPE. A queda é a quarta consecutiva no ano. Na comparação com o mês anterior, a queda foi de 33%.
As maiores taxas foram observadas no Maranhão (128,60 km2), Tocantins (109,36 km2), Piauí (67,18 km2) e Bahia (39,61 km2). Os estados compõem a região do MATOPIBA, a grande fronteira agrícola no Cerrado. Ao todo, a região respondeu por cerca de 78% do desmatamento no bioma.
Com exceção do Piauí e de Minas Gerais, todos os demais estados abarcados pelo bioma tiveram queda no desmatamento, o aumento foi de 31% e 12% respectivamente. Por outro lado, Mato Grosso e Bahia tiveram as maiores quedas em relação ao mesmo período do ano passado, 59% e 60%, respectivamente. Em relação ao mês de junho deste ano, a queda na área desmatada foi registrada em todos os demais estados, com exceção de Mato Grosso do Sul e Rondônia.
No acumulado de janeiro a julho de 2024, a área desmatada no Cerrado foi de 4.168,47 km2, uma redução de 17% em relação a 2023.
Texto: Cintia Cavalcanti e Aldrey Riechel
Gráficos: Ariane Janssen